Já que isto aqui está às moscas...
Hoje fiz prova de transferência interna pra Filosofia. Era um trecho assaz curto de uma coisa do Pascal que dizia algo como "a ciência das coisas exteriores não serve de consolo para a ignorância moral, em tempos de aflição; mas a ciência dos costumes sempre será um consolo para a ignorância das coisas exteriores". Aí pedia pra comentar.
Aí o povo (os 17 candidatos às 24 vagas) começou a fazer perguntas como "pode ser uma interpretação livre?" e "'ciência das coisas exteriores' é um termo técnico?" até que o professor que estava dando a prova falou, literalmente: "Gente, esta prova é mais pra ver se vocês tem um pensamento... assim... NORMAL!"
Gargalhadas gerais, especialmente minhas, é claro (elas aliás se destacaram em meio às gargalhadas gerais, porque eu era uma das únicas três mulheres da sala e, provavelmente, a única que ri do jeito que eu rio). Mas, por um momento, não sei por quê, quando ele falou "normal" eu meio que pensei "ih, fudeu".
Duas horas e quatro páginas malucas porém bem-encadeadas depois, saí da sala 133 do prédio de Filosofia e Sociais convencida de que a prova fora uma mera formalidade. Digo, acho que eles reprovam um ser que escrever um poema ou que defenda o nazismo ou sei lá, mas fiquei com a impressão de qualquer coisa que não seja muito ápoda e acéfala dá conta do recado.
Vejamos. Sexta que vem tem entrevista. =P
Mas a princípio eu penso que as pessoas indecisas que prestarão Fuvest este ano deveriam escolher Filosofia - vespertino para desfrutarem da minha distinta companhia.
Êh, amigos.