A professora de redação deve ter uns 20 anos de idade e é meio boba alegre. Aí no final da aula eu falei pra ela que eu nem ia nas aulas dela porque tinha feito um ano de Letras. Ela falou que tudo bem. :)
O professor de matemática (um deles) é engraçado e usa jaleco. Aí ele ficou mandando fazer exercícios da apostila "Matemática Essencial" (coisas como hierarquia de operações e contas com frações). Aí eu peguei a apostila de matemática não-for dummies e fiquei fazendo vários exercícios imbecis, mas nem tanto. Coisas como equações de segundo grau, mas daquelas com truques. Sabem, truques? Então, truques. Foi fácil, até. Dona Helena fez um bom trabalho, eu lembro das coisas mesmo depois de um ano e meio sem usar matemática nem pra calcular a conta no mercado.
Aí o outro professor de matemática, o substituto (um japonês novo, gordo e nervoso, com topete e que andava engraçado), começou a ensinar como fazia para transformas frações em decimais. Depois começou a falar de operações com potências. Aí ele perguntou como fazia
a elevado a menos um, depois de ter dado todos os instrumentos para que todo mundo se tocasse de que era 1/
a, mas ficou todo mundo fazendo essa cara
e aí eu decidi que era hora de desenhar. Desenhei um pássaro, uma menina com cara de peste, uma muié meio Lara Croft cujos olhos ficavam escondidos atrás de uma franja, uma muié sentadinha fazendo pose, uns cinco gatos olhando para ratos de corda e uns sete olhos acompanhados das respectivas sobrancelhas.
Ah, antes de desenhar eu reescrevi um poema velho, também, que por acaso estava enfiado no caderno que eu estou usando pro cursinho, que já foi de Introdução aos Estudos de Língua Portuguesa II, Elementos de Lingüística II, Filosofia da Lógica e Cavalo Azul. Ele chama
Acrílico e diamante e agora já está mais do meu agrado. Antes era pretensioso.
Aí bateu o sinal e eu vim pra casa comer bife, arroz e abobrinha.
Adoro abobrinha.